É dia, deve ser. A luz espreita através das cortinas do quarto, banhando o monte embolado que era Tiago sob as cobertas. A luz causa uma sensação ruim. Ela o faz lembrar, a noite acabou e outro dia começou. Ela o faz lembrar de responsabilidades que Tiago negligenciava. "Amanhã, sem falta. Hoje não tô a fim". E com essa decisão tornou a mergulhar a cabeça debaixo das cobertas. Ali se sentia seguro, ali se sentia confortável. Longe das pressões, longe dos problemas. Sozinho, como gostava de estar, só ele e seus pensamentos negativos sobre a vida. Mas amanhã será outro dia... e depois de amanhã, e depois e depois de amanhã.